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Bolsa resiste à pressão de vendas e fecha em alta de 0,25%, a 116.704,21 pontos

O catalisador proporcionado pela leitura positiva sobre o IBC-Br de novembro na primeira etapa do pregão deu lugar a alguma pressão de vendas à tarde, especialmente de estrangeiros, levando o Ibovespa a 115.961,42 pontos na mínima do dia, antes de neutralizar a realização para fechar em alta moderada, de 0,25%, a 116.704,21 pontos, após perda de 1,04% no dia anterior. Na máxima foi aos 117.105,58 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 20,3 bilhões, bem abaixo do observado ontem, quando havia sido fortalecido pelo vencimento de opções sobre o índice – no dia 20, será a vez de opções sobre ações. Na semana, o índice acumula ganho de 1,04% e, no mês, de 0,92%.

Nestes 11 primeiros pregões do ano, o Ibovespa teve fechamento positivo em apenas quatro, nos dias 2 – quando renovou máxima histórica, a 118.573,10 pontos -, 13, 14 e hoje, em trajetória distinta da progressão quase linear que prevaleceu em dezembro.

Em janeiro, até o dia 14, o fluxo líquido de saída de recursos estrangeiros da B3 chega a R$ 5,014 bilhões. O investidor doméstico vinha aproveitando a oferta disponibilizada por estrangeiros para manter as compras, mas tem se mostrado atento a sinais mais fracos que chegaram da economia, com a recente série sobre a produção industrial, as vendas do varejo e a atividade de serviços em novembro.

Parte desta cautela havia sido moderada mais cedo, com a leitura acima do esperado para o IBC-Br de novembro, em alta de 0,18%, comparada a mediana a -0,10% para o mês – este efeito positivo foi de certa forma diluído, na medida em que as leituras de outubro e setembro foram revisadas hoje, para baixo. Com a perspectiva mais fraca para a economia, o dólar à vista chegou a ser negociado a R$ 4,2008 na máxima do dia, mas acabou por se acomodar a R$ 4,1902 (+0,14%) no fechamento.

Considerando os ajustes graduais observados neste princípio de ano, o Ibovespa permanece em nível de pontuação alto e, na falta de catalisadores para novos ganhos, é natural uma pausa antes da temporada de balanços locais, que se aproxima, aponta Glauco Legat, analista-chefe da Necton.

Ele chama atenção também para a situação do estrangeiro, e que o fluxo de saída observado desde o ano passado não deve ser tratado com exagero. “É preciso olhar o agregado como um todo”, diz Legat, referindo-se ao estoque significativo de recursos mantidos pelos estrangeiros por aqui, sem esquecer que o país compete em nível global pela atenção do investidor, em momento no qual a economia americana mostra vigor. Assim, em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq voltaram a renovar recordes de fechamento nesta quinta-feira, com ganhos entre 0,8% e 1% na sessão.

Por Luís Eduardo Leal

Estadão Conteúdo

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