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Denunciado na Greenfield, Colnago diz não se arrepender sobre aporte da Funcef

O chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago, disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, que não se arrepende de ter votado, em 2012, pelo aporte da Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, de R$ 1 bilhão, na Sete Brasil, responsável pela construção de sondas para a exploração de petróleo no pré-sal. À época, Colnago fazia parte do conselho deliberativo do fundo de pensão.

“Não me arrependo. Deu errado. Podia ter dado muito certo. Mas deu errado. É difícil. Não, não me arrependo. Você ia imaginar que a Petrobras estava cheia de coisa lá dentro? Nunca. Que o petróleo ia despencar? Os grandes bancos estavam entrando, não só os públicos.”

O assessor da Economia e mais 28 pessoas foram denunciadas à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) sob a acusação de gestão temerária de instituição financeira. Segundo o MPF, a decisão dos então conselheiros da Funcef gerou uma perda de R$ 4,4 bilhões.

Na entrevista, Colnago reconheceu que, em termos operacionais, o debate sobre o investimento não foi conduzido da melhor maneira possível, porque a recomendação da diretoria para exercer o direito de preferência deveria ter sido recebida com maior antecedência pelo conselho.

Ele justificou, no entanto, que a reunião que decidiu pelo aporte na Sete Brasil era originalmente para definir uma diluição da Funcef na empresa, mas disse que a pauta mudou em cima da hora porque a diretoria havia concordado às vésperas que o investimento era bom. Segundo Colnago, diante da mudança de entendimento, ele solicitou um adiamento da reunião, mas os diretores argumentaram que o prazo para o exercício de preferência para o aporte era exíguo.

“O ideal era receber sete dias antes falando da recomendação de exercer o direito de preferência. Você teria um embasamento que daria uma conforto melhor. O investimento era bom, aparentemente era bom. Todo mundo falando que tinha que entrar. Mas houve uma queda muito forte no preço do petróleo, de US$ 100 o barril para US$ 30. Teve a Operação Lava Jato, que maculou a imagem da Petrobras e acionou regras de compliance dos bancos, que não tinham mais como emprestar. Os pilares do projeto ruíram. Deixaram de existir”, argumentou, negando qualquer tipo de corrupção no conselho da Funcef.

Por Thaís Barcellos

Estadão Conteúdo

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