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Por ‘Aliança’, Bolsonaro deve visitar 21 capitais

O presidente Jair Bolsonaro vai intensificar sua atuação como garoto-propaganda do partido que pretende criar, o Aliança pelo Brasil. Na tentativa de conseguir arrecadar até março as 491,9 mil assinaturas necessárias para colocar o partido de pé a tempo de estrear nas eleições municipais, Bolsonaro deve viajar para 21 Estados até o fim de fevereiro e participar pessoalmente da coleta de apoio em alguns desses locais, principalmente no Nordeste. Segundo a direção da legenda em criação, 100 mil assinaturas foram recolhidas até agora.

A executiva nacional do Aliança pelo Brasil se reuniu nesta quinta-feira, 9, com coordenadores locais e definiu um calendário de atos até fevereiro em todas as capitais. Bolsonaro deve participar da maior parte deles. O presidente disse para a cúpula do partido que quer se engajar pessoalmente na coleta de assinaturas e estar presente à abertura das cerimônias em São Paulo, cidade mais populosa do País, e em Estados do Nordeste comandados por governadores de esquerda.

Bolsonaro acredita que o Aliança precisa demonstrar força nas regiões que ele considera ter hoje um grande eleitorado de esquerda.

Os eventos devem seguir um roteiro. Os encontros vão começar com a execução do hino nacional, seguida por uma oração, de acordo com coordenadores do Aliança. Após a oração, é feita a apresentação das autoridades e lideranças que compõem a mesa. Em seguida, uma liderança faz uma breve explicação sobre os valores que guiam o partido e é aberto espaço para perguntas do público.

Se Bolsonaro não estiver presente, será exibido um vídeo feito exclusivamente para aquela localidade. Uma das ideias é colocar o presidente ao vivo, por meio de “lives”, em conversa direta com os apoiadores. Encerrada a participação de Bolsonaro, os coordenadores locais darão início às coletas de assinatura de apoio ao partido em formação nas mesas de atendimento.

Início

Os primeiros eventos acontecerão em Brasília (DF) e João Pessoa (PB), no dia 18. Os dois últimos estão previstos para 16 de fevereiro no Rio de Janeiro (RJ) e em Palmas (TO). O Aliança prepara estrutura para receber um número mínimo de 2 mil apoiadores em cada encontro, que também deve ter a presença de deputados federais, do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente, e de dirigentes do partido em formação.

De acordo com o coordenador de compliance e governança do Aliança, Mário Lima, a sigla está priorizando a realização de reuniões no final de semana para que Bolsonaro possa participar sem estar ocupado com despachos no Palácio do Planalto. “No meio de semana ele é presidente, nos fins ele está livre”, disse.

Para cumprir a meta de aparecer em 21 eventos do Aliança no período, Bolsonaro teria que visitar ao menos quatro cidades todos os fins de semana. O partido não explicou como serão feitos os deslocamentos do presidente. Nesta quinta, em sua transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro lembrou que o Aliança não usará recursos do Fundo Partidário. O ato de lançamento do Aliança foi em novembro passado.

Conservador

Para Lima, mais importante que a coleta de assinaturas é a necessidade de se criar uma sigla com “base sólida”. “É fundamental que a gente tenha um partido com qualidade na política partidária, baseada em transparência, valores, em ideologia. Um partido conservador, de valores, que foque em família.”

Na avaliação da advogada Karina Kufa, defensora de Bolsonaro e coordenadora jurídica da nova sigla, o resultado tem sido surpreendente. “Após o início da coleta de assinaturas, ficamos surpreendidos com a velocidade e participação popular na criação do partido. Ficamos praticamente responsáveis pela formulação das diretrizes. Todo o restante está sendo feito pela militância”, afirmou.

Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto informou que não se manifestaria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Patrik Camporez

Estadão Conteúdo

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