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Bolsas de NY fecham em queda com sanções dos EUA contra Irã e dados do payroll

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, 10, em movimento de inversão de ganhos influenciado pelo detalhamento das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Irã, assim como pelos dados do relatório de emprego americano (payroll) que decepcionou o mercado. Antes da mudança de humor dos investidores, contudo, o índice Dow Jones chegou a bater a marca histórica de 29 mil pontos, o que se perdeu ao longo do dia.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,46%, a 28.823,77 pontos, com elevação semanal de 1,21%. O S&P 500 recuou 0,29% a 3.265,35, mas subiu 1,41% na comparação semanal. O Nasdaq fechou em queda de 0,27%, a 9.178,86 pontos. Na comparação semanal houve alta de 2,30%.

Destaque para ações da Alphabet (controladora do Google), que encerraram o pregão em valorização de 0,65%, no dia em que o vice-presidente de desenvolvimento corporativo e jurídico da empresa anunciou sua aposentadoria. A Netflix fechou em queda de 1,97% e a Boeing caiu 1,91%.

As bolsas começaram a indicar movimento de queda durante a coletiva de imprensa dos secretários de Estado e do Tesouro americanos, Mike Pompeo e Steven Mnuchin, respectivamente, detalhando sanções econômicas contra o Irã, que vão atingir setores da construção, indústria e também contra autoridades do país persa.

A notícia ampliou a cautela que já vinha desde a divulgação do payroll de dezembro. As vagas criadas no país no mês passado – 145 mil – ficaram dentro das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 125 mil a 210 mil vagas, mas abaixo da mediana, de 159,5 mil. Embora a taxa de desemprego não tenha se alterado de novembro para dezembro, permanecendo em 3,5%, o salário médio por hora dos trabalhadores aumentou 0,11% de novembro para dezembro, enquanto analistas esperavam ganhos maiores, de 0,3%.

Para a economista do Citi Veronica Clark, os dados do payroll não devem mudar a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de manter a taxa de juros inalterada. “Neste contexto, o payroll não deve afetar a política do Federal Reserve de manter os juros estáveis neste mês e em todo 2020”, avaliou. “O Fed só voltaria a baixar os juros se ocorrer uma intensa perda de ritmo da economia, puxada provavelmente por redução expressiva das compras das famílias”, completou a analista.

Em meio à menor tensão geopolítica no Oriente Médio, contudo, as bolsas de Nova York iniciaram o dia no azul. Investidores também mantinham otimismo com a confirmação da assinatura do acordo comercial “fase 1” entre EUA e China, mas aguardavam dados do mercado trabalho americano.

Por Marcela Guimarães

Estadão Conteúdo

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