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Para presidente do BC, parte da inadimplência é por falta de educação financeira

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 9, que parte da inadimplência no mercado de crédito se deve à falta de educação financeira dos tomadores. Ao fazer um balanço das medidas da Agenda BC#, Campos Neto disse que a instituição tem estimulado a formação de poupança e a renegociação de dívidas pelos bancos com programas de educação financeiras como contrapartida.

“Queremos incentivar um maior entendimento sobre poupança e outros produtos financeiros”, completou Campos Neto.

‘Reinvenção da dívida privada’

O presidente do Banco Central disse também que a instituição pretende fazer uma “reinvenção da dívida privada”, mas reforçou que é preciso dar valor de liquidez aos títulos privados para possibilitar isso. “Isso significa ter mais mercado de compra e venda, e mais tranquilidade para os bancos negociarem esses títulos privados”, repetiu.

Campos Neto destacou o crescimento da captação não bancária, sobretudo das emissões de debêntures. “Isso vai desintermediar um pouco o sistema”, completou.

O presidente do BC mais uma vez afirmou que a reinvenção do mercado privado permitirá liberações adicionais de depósitos compulsórios. “Queremos que a substituição do crédito público pelo privado reduza o custo para os tomadores. Assim o ciclo de fecha”, concluiu.

Microcrédito

Campos Neto disse que a expectativa é de que o microcrédito tenha uma “expansão grande” no Brasil. “Alguns bancos que não fazem querem fazer. É um produto que tem inadimplência baixa”, afirmou, durante a coletiva de imprensa.

Ele observou, no entanto, que para os bancos maiores o microcrédito tem a desvantagem de ter um crescimento mais baixo, em prazos mais longos. Ainda assim, segundo ele, “os bancos grandes também estão começando a olhar este produto”.

“Temos sentido que bancos grandes também estão olhando microcrédito com mais carinho. Vocês vão ver novas plataformas fazendo microcrédito”, acrescentou Campos Neto.

O presidente do BC citou que o Santander, um dos maiores bancos privados do País, já fazia operações de microcrédito. Já a Caixa Econômica Federal, de acordo com Campos Neto, “quer fazer um programa novo de microcrédito”. “O microcrédito pode gerar efeito riqueza de forma mais ampliada”, acrescentou.

Cooperativismo

Durante a coletiva de imprensa, Campos Neto destacou ainda iniciativas na área de cooperativismo e afirmou que as cooperativas de crédito “estão abrindo novas agendas para atrair os associados e captar”.

Por Eduardo Rodrigues, Fabrício de Castro e Adriana Fernandes

Estadão Conteúdo

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