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‘Já vemos um movimento da bolsa mudando estrutura de custo’, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta quinta-feira, 9, a série de medidas da instituição para fomentar o mercado de capitais. Ele enfatizou principalmente a redução do custo de hedge para o setor de infraestrutura. “Já vemos um movimento da bolsa mudando estrutura de custo, sabendo que haverá uma demanda grande de novos investidores”, acrescentou.

Em junho de 2019, o Banco Central lançou, juntamente com Ministério da Economia, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Superintendência de Seguros Privados (Susep), a Iniciativa de Mercado de Capitais (IMK).

Na prática, a IMK é um grupo de trabalho do governo que busca avaliar e propor medidas de aperfeiçoamento regulatório.

O objetivo é reduzir o custo do capital no Brasil.

Home Equity

O presidente do Banco Central voltou a dizer também que a instituição tem trabalhado para destravar o chamado home equity – que é o crédito com a garantia de um imóvel – no País. “É um produto que ainda enfrenta alguns entraves, mas estamos atacando essa questão”, afirmou em entrevista à imprensa.

Dentro do crédito imobiliário, o Banco Central regulamentou em 2019 o uso do IPCA – o índice oficial de inflação – como indexador em contratos de financiamento imobiliário, no lugar da taxa referencial (TR). Esta modalidade de crédito já é utilizada pela Caixa Econômica Federal.

Em balanço sobre as ações do banco em 2019, Campos Neto destacou ainda os novos limites de financiamento do crédito rural e o aprimoramento do requerimento de capital para os bancos que, segundo ele, tem o potencial de liberar mais R$ 16,5 bilhões na modalidade.

Campos Neto disse ainda que o BC tem feito roadshows visitando investidores e destacou ações feitas em parceria com os bancos públicos e privados. “Os números de mutirão de renegociação de dívidas com os bancos foram impressionantes”, afirmou.

Títulos privados

O presidente do Banco Central disse também que a intenção do BC é que os títulos privados passem a ter maior valor de liquidez para os bancos, assim como os títulos públicos. “Isso gera uma série de consequências que faz com que o mercado privado cresça de novo. E gera menos compulsório”, afirmou.

Atualmente, está em andamento no BC a criação da Linha Financeira de Liquidez, que permitirá que as instituições financeiras acessem a liquidez, em caso de necessidade, com a utilização de títulos privados como garantia. Hoje, apenas títulos públicos são dados em garantia.

Ao tratar dos compulsórios bancários, Campos Neto afirmou que o BC tem trabalhado na simplificação e na racionalização. “Já liberamos cerca de R$ 18 bilhões”, citou, durante sua apresentação em coletiva de imprensa.

Por Eduardo Rodrigues, Fabrício de Castro e Adriana Fernandes

Estadão Conteúdo

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